A rede pública de Santa Catarina está com 97,51% dos leitos da Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) destinados aos adultos ocupados. Segundo os dados do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do Sistema Único de Saúde (Cieges), atualizados nesta terça-feira (29), dos 964 leitos disponíveis para pessoas de 15 anos ou mais, apenas 24 estão disponíveis. A alta demanda de internação ocorre em meio ao aumento de casos da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e da baixa cobertura vacinal contra a gripe no Estado.
Nas macrorregiões do Foz do Rio Itajaí, Vale do Itajaí e Grande Oeste, a taxa de ocupação já é de 100%. No Planalto Norte, Nordeste e Serra catarinense, os leitos de UTI destinados aos adultos ultrapassam os 98% de ocupação. Na Grande Florianópolis, a taxa está em 97,39% e, no Sul, 96,97%. No Meio-Oeste, o número é de 90,18%.
Em relação aos leitos de UTI neonatal, a taxa de ocupação em Santa Catarina é de 87,59%. No Estado, dos 290 leitos ativos, há apenas 36 disponíveis para este público. Na microrregião do Foz do Rio Itajaí, a ocupação é de 100%. Para o público infantil, de acordo com o Cieges, 74,19% das unidades estão ocupadas.
Em Blumenau, o hospital Santo Antônio informou que a unidade está com 48% dos leitos de UTI lotados. Já no hospital Santa Isabel, os leitos SUS estão com lotação acima de 100%.
A Secretaria de Saúde informou que Santa Catarina vem ampliando a rede de UTIs nos últimos anos e ainda há previsão de abertura de outros 30 em regiões como o Vale do Itajaí e o Norte do Estado.
SC em alerta para as doenças respiratórias
Santa Catarina já registrou mais de 2 mil casos de SRAG neste ano e 48 mortes. As regiões que mais apresentam casos e óbitos por vírus respiratórios são Florianópolis, Itajaí e Joinville. Os sintomas são febre, tosse, dor de garganta e dores nas articulações, musculares ou de cabeça.Entre os dias 1° e 22 de abril, 286 crianças foram internadas em dois hospitais de Santa Catarina devido às doenças respiratórias. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), durante o período mencionado, foram hospitalizados 222 pacientes nos leitos de enfermaria e 64 nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) dos hospitais Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, e o Jeser Amarante Faria, em Joinville. Ambos pertencem ao governo do Estado.
Vacinação contra gripe
Segundo a SES, o índice da cobertura vacinal contra a gripe em Santa Catarina estava em 17,13% para o público-alvo (crianças, gestantes e idosos) na última atualização divulgada na sexta-feira (25). Apesar do número ser maior do que a média nacional, que é de 14,18%, a pasta informou que eles precisam continuar crescendo.Ao todo, 520.409 doses da vacina foram aplicadas no território catarinense. A campanha de vacinação contra a influenza iniciou no dia 7 de abril para a população-alvo nos 295 municípios.
A faixa etária que mais se vacinou foram os idosos: 132 mil, entre 60 e 69 anos; 105 mil, entre 70 e 79 anos; e 44 mil, nos maiores de 80 anos. Já nas crianças, entre 2 e 6 anos, cerca de 35 mil foram imunizadas.
— Nossa meta com a Campanha Vacinal é atingir em Santa Catarina mais de 2 milhões de pessoas. O foco é continuar a imunizar população dos grupos prioritários para atingir ao menos 90% desse público. Queremos evitar as internações e o agravamento das doenças respiratórias — destaca João Augusto Fuck, diretor da Dive.
A vacina contra a gripe oferecida na rede pública de saúde é a trivalente. Ela protege contra os principais vírus influenza em circulação no Brasil, que são o influenza A (H1N1), influenza A (H3N2) e o vírus influenza B. A SES ressalta que a dose não causa gripe e pode ser aplicada simultaneamente com outros imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação.
A partir de 10 de maio, a vacinação será aberta para toda a população. A vacina contra a gripe é capaz de evitar entre 60% e 70% dos casos graves e óbitos, de acordo com o Ministério da Saúde.
Formas de prevenção
Além da vacinação contra a influenza, a etiqueta da tosse ou respiratória é importante para reduzir ou prevenir doenças respiratórias causadas por vírus como a gripe, o resfriado, a Covid-19, entre outras. A transmissão dessas doenças ocorre quando uma pessoa infectada elimina o vírus em forma de aerossóis, gotículas, ao tossir, espirrar, falar ou, até mesmo, ao tocar na boca, nariz e logo depois em algum objeto.A etiqueta da tosse traz dicas de como evitar que o agente infeccioso entre em contato com uma pessoa sadia e faça com que ela também adoeça. Confira:
- Higienize as mãos com frequência com água e sabão ou álcool em gel;
- Utilize lenço descartável para higiene nasal;
- Evite tocar os olhos, o nariz e a boca;
- Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- Mantenha os ambientes bem ventilados;
- Limpe e desinfete superfícies;
- Cubra com o antebraço a boca e o nariz ao tossir ou espirrar;
- Evite contato próximo com pessoas com sintomas respiratórios;
- Evite aglomerações e use máscara em caso de sintomas respiratórios;
- Evite contato próximo com outras pessoas caso esteja doente.