A sexta-feira (7) foi marcada por fortes temporais e três tornados que atingiram diferentes municípios de Santa Catarina, deixando um cenário de destruição, alagamentos e prejuízos no Oeste do estado.
Embora o fenômeno impressione, o meteorologista Piter Scheuer, lembra que não se trata de algo raro: Santa Catarina está localizada em uma das regiões mais propícias do mundo à formação de tornados. O chamado ‘corredor de tempestades’, que se estende pelo Oeste catarinense, Sudoeste do Paraná e Noroeste do Rio Grande do Sul, é considerado o segundo maior do planeta ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
Mistura de massas de ar cria ambiente ideal para tornados
“A nossa região é uma das áreas do planeta onde mais ocorrem tornados, perdendo apenas para o Meio-Oeste norte-americano. Isso se deve à interação entre fluxos de ar quente e úmido vindos da Amazônia e correntes frias e secas provenientes do Sul, aqui temos um relevo plano a ondulado no Oeste, o que favorece o avanço das massas de ar.
Recebemos o fluxo de ventos quentes e úmidos vindos da Floresta Amazônica, e também o ar instável que chega da Cordilheira dos Andes. Quando isso se associa às frentes frias e aos contrastes entre massas de ar, cria-se o cenário perfeito para a formação de tempestades severas e tornados”, explicou.
Esses eventos são mais comuns entre o fim do inverno e o início da primavera, período de transição entre as estações e de forte contraste térmico cenário perfeito para a formação de tornados, granizo e vendavais.
Regiões com maior risco
A Defesa Civil e os meteorologistas apontam duas faixas principais de risco em Santa Catarina.
A primeira começa em Guatambu e segue por Chapecó, Xaxim, Xanxerê, Seara e Xavantina, cidades que frequentemente registram tempestades com granizo e ventos destrutivos.
A segunda rota abrange municípios como Itapiranga, São João do Oeste, Iporã do Oeste, Descanso, Maravilha e Santo Nápoles, até chegar a Guarujá do Sul. Nessas áreas, os registros de eventos severos são recorrentes e, muitas vezes, deixam grandes estragos.
2025 já é o ano com mais tornados da década
O aumento expressivo reforça a preocupação das autoridades e especialistas com o avanço das mudanças climáticas, que podem estar ampliando a frequência e a intensidade das tempestades.
“O posicionamento geográfico de Santa Catarina, somado ao aquecimento global, cria um ambiente cada vez mais instável. Isso explica por que o estado tem se tornado uma das regiões mais vulneráveis do planeta a esses eventos extremos”, destaca Scheuer.
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