A decisão do juiz Caio Lemgruber Taborda, da Vara Única da comarca de Pinhalzinho, foi publicada na noite terça-feira (11). Todas as qualificadoras foram consideradas e serão levadas a júri. São elas: motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
“Mesmo que não se possa afirmar com asserção que Fabiano Kipper May soubesse de todas as pessoas que estavam nas salas, isto não inibe o reconhecimento dos indícios de autoria e dolo na sua conduta”, afirmou Taborda na decisão.
O juiz salientou que Kipper May teria “externado de forma idônea e inequívoca a intenção em ceifar a vida das pessoas que estavam no interior daquelas salas”.
“Ao que tudo indica, ele não possuía vítima determinada, ao contrário, agiu de forma a ceifar a vida de qualquer pessoa que cruzasse seu caminho naquela ocasião e o fato de desconhecer quais e quantas pessoas estavam nas salas não leva à sua absolvição ou impronúncia”, completou.
A decisão é composta por 117 páginas. Em outro trecho, o juiz reforça que os depoimentos das vítimas e das testemunhas, somadas ao relatório do boletim de ocorrência e relatórios dos dados extraídos dos aparelhos eletrônicos de Kipper May, “autorizam a realização de juízo positivo e da existência de indícios suficientes da prática delitiva, possibilitando a pronúncia em relação aos fatos praticados em desfavor das vítimas”.
Taborda, ainda, complementou: “Diante da existência de prova convincente acerca da materialidade do crime e de indícios suficientes da autoria por parte do réu, acerca do crime de homicídio em desfavor das vítimas, não há como falar em impronúncia, absolvição, tampouco em desclassificação”.
Kipper May foi denunciado por 19 crimes de homicídio, entre consumados e tentados, todos qualificados.
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