Deflação
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (11) a queda de 0,08% no mês de junho. O IPCA é o índice oficial de inflação do Brasil e serve como referência para o regime de metas do Banco Central, que determina a taxa Selic.
Com a queda do nível dos preços o país apresentou deflação. Esta foi impulsionada, pelos grupos Alimentos e Bebidas com -0,66%, seguida de Transportes com -0,41% e Artigos de residência que apresentou -0,42%.
Deve-se salientar que essa é a menor variação para o mês de junho desde 2017, que tinha registrado uma queda de 0,23%. Assim, considerando vários meses, o recuo de 0,08% marca uma deflação do IPCA em nove meses. A última queda tinha sido registrada 0,29% em setembro do ano passado.
Com o novo resultado, a alta acumulada pelo IPCA nos últimos 12 meses segundo o IBGE desacelerou para 3,16%. Lembrando, que a variação mostrava 3,94% na última divulgação.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem pressionando o BC por uma redução na taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano. Os analistas do mercado financeiro já projetavam o início dos cortes da taxa básica em agosto. Com isto, fica a expectativa para que o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) em sua reunião nos dias 1º e 2 de agosto tendem com esta noticia a começar a reduzir a tão aguardada taxa Selic.
Boletim Focus
Os analistas do mercado financeiro projetam IPCA de 4,95% no acumulado até dezembro deste ano, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda (10) pelo Banco Central. Vale destacar que as estimativas indicam o IPCA acima do teto da meta em 2023 com 4,75%.
Ainda de acordo com os analistas, neste mês, o IPCA será pressionado pelo retorno da cobrança integral de tributos federais sobre combustíveis. Na semana passada, conforme divulgação da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) o litro da gasolina teve alta de 5,8% nos postos de combustíveis do país.
Outra constatação é que o impacto das deflações registradas no segundo semestre do ano de 2022 também deve sair da base de cálculo do IPCA no acumulado de 12 meses até o final de 2023. Logo, haverá contribuição para uma variação maior até o final do ano do que a temos hoje.
Por Frederico S. Damasceno