O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pediu à Justiça a internação psiquiátrica provisória de uma mulher de 34 anos, acusada de perseguir e ameaçar um casal há cinco anos em Itapema, no Litoral do estado.
Segundo a investigação, a perseguição começou após a mulher fazer uma consulta odontológica com o dentista. Desde então, ela teria desenvolvido uma fantasia amorosa com ele e iniciado um comportamento obsessivo. A partir do momento em que soube que o dentista havia começado um relacionamento, a companheira dele também passou a ser alvo de ameaças e perseguições.
De acordo com o MPSC, a mulher enviava mensagens diárias, usava perfis falsos, fazia postagens ofensivas, e chegou a ir até as residências e locais de trabalho das vítimas de forma clandestina.
A Promotoria solicitou a substituição da prisão preventiva por internação psiquiátrica após um laudo apontar que ela sofre de transtorno psicótico não orgânico e não compreende a ilicitude dos atos. A perícia também indicou que, sem tratamento, há alto risco de que ela volte a cometer os mesmos crimes.
Mesmo com o laudo confirmando a inimputabilidade, o promotor Leonardo Fagotti Mori reforçou que a ação penal deve continuar, pois a condição mental da acusada não implica automaticamente sua absolvição.
Desobediência às medidas judiciais
A autora foi presa preventivamente em 3 de fevereiro deste ano após violar medidas cautelares impostas um mês antes. Entre essas medidas, estavam a proibição de contato com as vítimas e a obrigação de manter distância mínima de 200 metros.
Apesar disso, logo após ser intimada, ela publicou em uma rede social um texto com várias citações aos nomes das vítimas, com conteúdo considerado calunioso e ameaçador. Também teria divulgado a decisão judicial recebida, além de continuar enviando dezenas de mensagens ao dentista por e-mail.
Diante das infrações e do risco à segurança das vítimas, a Justiça decretou a prisão preventiva. Dez dias após a prisão, a denúncia pelos crimes de perseguição, ameaça e desobediência foi aceita pela Justiça, que também autorizou o exame de sanidade mental.
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