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Primeira brasileira a receber "Nobel da Agricultura" dedicou mais de 40 anos à pesquisa

Mariangela Hungria atua desde 1981 na Embrapa Soja de Londrina, no Paraná

Primeira brasileira a receber "Nobel da Agricultura" dedicou mais de 40 anos à pesquisa
Foto: Antônio Neto/Embrapa - Mariangela Hungria conquistou o Prêmio Mundial de Alimentaçã

Mariangela Hungria, de 67 anos, é a primeira brasileira a receber o “Nobel” da Agricultura. Com uma pesquisa sobre insumos biológicos que revolucionam a agricultura, a engenheira agrônoma da Embrapa Soja entrou para a história ao ser anunciada, neste mês, como vencedora do Prêmio Mundial da Alimentação (World Food Prize), considerado o "Nobel da Agricultura".

A premiação é concedida a pessoas que contribuíram significativamente para melhorar a qualidade, a quantidade ou a disponibilidade de alimentos no mundo.

Há mais de 40 anos, Hungria pesquisa formas de substituir fertilizantes químicos por alternativas sustentáveis, como os inoculantes, produtos com microrganismos benéficos que ajudam as plantas a absorver nutrientes. Estima-se que as soluções dela estejam presentes em mais de 40 milhões de hectares cultivados no Brasil, gerando uma economia anual de até US$ 25 bilhões para os agricultores e evitando a emissão de mais de 230 milhões de toneladas de CO₂ equivalente.

Desde 1991, a cientista atua na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Soja, em Londrina, no Paraná. É também professora da Universidade Estadual do Paraná e da Universidade Federal de Tecnologia do Estado do Paraná.

Emocionada, Mariangela afirmou que não esperava um reconhecimento dessa magnitude. Para ela, o prêmio é fruto de “muita perseverança, e do fato de nunca ter desistido do sonho e de acredita que estava no caminho certo”.

A cientista é também uma das pioneiras na proposta da fixação biológica de nitrogênio como substituto aos fertilizantes químicos. O método permite que bactérias fixadoras convertam o nitrogênio do ar em formas assimiláveis pelas plantas, promovendo um ciclo agrícola mais limpo e eficiente.

"O trabalho da Dra. Hungria ajudou a melhorar a produtividade de trigo, milho, arroz, feijão e outras culturas importantes, incluindo a soja, que hoje é a principal exportação agrícola do Brasil", diz um trecho da publicação no site do World Food Prize.

Além da contribuição científica, Mariangela destacou a importância do prêmio como símbolo da força das mulheres na cadeia alimentar.

“É pela pesquisa brasileira e também pelo lado da mulher, porque as mulheres têm um papel incrível na produção de alimentos, que vai desde a agricultura familiar, praticada em sua maioria por mulheres, até a área da pesquisa, onde eu estou. Muitos dos trabalhos das mulheres são invisíveis, então espero que isso dê visibilidade à sustentabilidade da agricultura brasileira”, disse a engenheira.

O anúncio da premiação ocorreu na semana passada e a cerimônia de entrega será realizada em outubro, em Des Moines, nos Estados Unidos, sede da Fundação World Food Prize.

“A ficha ainda não caiu. Este prêmio traz muita visibilidade para a pesquisa brasileira. A grande maioria dos agricultores brasileiros é muito boa e muito preocupada com o planeta. Querem produzir com sustentabilidade e aceitam as tecnologias que nós oferecemos. Nós precisamos mudar essa visão que se tem lá fora”, diz a pesquisadora, se referindo a imagem do Brasil em outros países.

Graduada engenharia agronômica pela USP, Mariangela tem mestrado em solos e nutrição de plantas, doutorado em ciência do solo (UFRRJ) e pós-doutorado em três universidades: Cornell University, University of California-Davis e Universidade de Sevilla. Iniciou a carreira em 1982 na Embrapa Agrobiologia, em Seropédica (RJ).

Primeira mulher

Essa é a terceira vez que o Prêmio Mundial de Alimentação é concedido a brasileiros, e a primeira para uma mulher do país. Em 2006, os agrônomos Edson Lobato e Alysson Paulinelli dividiram o prêmio com A. Colin McClung, dos Estados Unidos, pelo trabalho no desenvolvimento da agricultura na região do cerrado. Em 2011, dois ex-presidentes, Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e John Kufuor, de Gana, foram escolhidos pela atuação no combate à fome como chefes de governo.

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