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Economia -
02/09/2025 07:08
Alvos agora são o Banco do Brasil e as importações da Rússia, apurou a CNN; empresas americanas pedem manutenção de barreiras
Os Estados Unidos estudam aplicar sanções contra o Banco do Brasil e adotar novas restrições comerciais contra importações da Rússia pelo Brasil. As informações foram obtidas por fontes em Washington e divulgadas pela CNN. Segundo os relatos, a situação ainda é considerada fluida e depende da decisão final do presidente Donald Trump.
A medida mais iminente, segundo as fontes, envolve o Banco do Brasil. A justificativa seria a emissão de um cartão Elo ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após o cancelamento de um cartão Mastercard em agosto. Para o Tesouro americano, essa operação pode ser interpretada como descumprimento da Lei Magnitsky, usada pelos EUA para impor sanções a instituições que prestem serviços a autoridades sancionadas.
Casos semelhantes no passado resultaram em multas bilionárias contra bancos estrangeiros, como o BNP Paribas, que pagou US$ 9 bilhões em 2014, e o Standard Chartered, punido em diferentes ocasiões por transações com países alvo de sanções americanas.
O Banco do Brasil, por sua vez, afirmou em comunicado que atua em conformidade com as legislações brasileiras, internacionais e dos mais de 20 países onde mantém operações, ressaltando que está preparado para lidar com regulamentações globais.
Tarifa de 50% em debate
Outro ponto de tensão é a tarifa de 50% imposta pelos EUA, que será objeto de audiência no Escritório do Representante de Comércio (USTR) nesta semana. O governo brasileiro tentará derrubar a medida, mas enfrenta resistência de associações americanas dos setores de celulose, madeira, soja e pecuária.
Essas entidades alegam que a competitividade do Brasil decorre de práticas como desmatamento ilegal e trabalho forçado, defendendo a manutenção da alíquota. Também criticam medidas brasileiras na área digital, como a regulação da inteligência artificial, a tributação de plataformas de streaming e o imposto mínimo de 15% sobre serviços digitais.
Diesel russo na mira
O governo Trump avalia ainda adotar tarifas sobre a importação de óleo diesel da Rússia pelo Brasil, seguindo o modelo já aplicado contra a Índia, cuja alíquota subiu de 25% para 50%. Segundo fontes em Washington, a decisão pode ser anunciada em uma a duas semanas.
Em 2023, o Brasil importou cerca de US$ 12,5 bilhões em produtos russos, sobretudo diesel e fertilizantes. A Índia, por sua vez, comprou US$ 63 bilhões e a China, com quem os EUA negociam um acordo avançado, cerca de US$ 130 bilhões.
As medidas, se confirmadas, podem acirrar tensões comerciais entre Brasília e Washington em um momento de disputas crescentes envolvendo meio ambiente, energia e tecnologia.
CNN Brasil
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