A arte tem um poder singular: ultrapassa fronteiras, conecta histórias e transforma vidas. Em Maravilha, foi a dança que fez com que Margaret Paola Contabarria Salazar, 40 anos, e sua filha Sahmyra Guadalupe Fuentes, 13 anos, vindas da Venezuela, encontrassem no município catarinense um novo lar – e um novo palco.
Margaret começou sua trajetória na dança aos três anos. Do ballet clássico ao jazz, passando por danças nacionalistas e tradicionalistas venezuelanas, construiu uma carreira sólida e aos 13 anos fundou sua própria escola de dança, a “Margaret Dance”, conhecida como M Dance. Ao longo dos anos, formou mais de 300 bailarinos, participou de diversas competições nacionais e representou seu país no renomado Festival do Sol, na fronteira com a Colômbia — onde conquistou o 1º lugar com destaque em cenografia, figurino, musicalização, coreografia e como dançarina destaque da Venezuela, aos 17 anos. No entanto, por motivos de saúde, Margaret deixou os palcos como bailarina profissional e se dedicou inteiramente a ser professora de dança.
Há dois anos uma grande mudança marcou a direção de suas histórias. Margaret e sua família saíram da cidade Puerto La Cruz, localizada no Estado Anzoátegui na Venezuela, e cruzaram fronteiras para morar no Brasil. Após pesquisas através da internet, escolheram Maravilha como novo lar. Na bagagem, sonhos e novas expectativas, embora muitas coisas importantes tenham ficado no país natal, como os troféus e os certificados conquistados com a dança.
A partir de julho deste ano, Margaret passou a compartilhar seus conhecimentos com a comunidade local, como professora das oficinas de dança livre no município. “É uma troca muito bonita, um intercâmbio cultural muito rico, onde passamos por diversos gêneros musicais e culturas”, diz. A professora de dança dedica um agradecimento especial pelo acolhimento recebido da comunidade local e da Administração Municipal, em especial o Departamento de Cultura.