A Anvisa apresentou nesta quarta-feira, dia 26, parecer favorável sobre a segurança e eficácia da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, que será o primeiro imunizante 100% nacional e aplicado em dose única. Com a aprovação técnica, o Ministério da Saúde fará a inclusão da vacina no calendário nacional, com oferta exclusiva pelo SUS a partir de 2026, conforme a capacidade produtiva do laboratório.
Na próxima semana, o Ministério da Saúde levará a proposta a um comitê de especialistas e gestores do SUS, que deverá definir a estratégia de vacinação e os públicos prioritários.
Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a parceria entre o Butantan e a empresa chinesa WuXi possibilita a produção em larga escala e a integração do imunizante ao Programa Nacional de Imunizações já no próximo ano.
"A grande novidade agora é termos uma vacina 100% nacional que nos permitirá definir uma estratégia para todo o país de proteção da nossa população", disse.
A vacina utiliza tecnologia de vírus atenuado, já empregada em outros imunizantes no Brasil e no mundo. Segundo a Anvisa, ela apresentou eficácia global de 74,7% contra casos sintomáticos entre pessoas de 12 a 59 anos e 89% de proteção contra formas graves, conforme publicação da revista The Lancet Infectious Diseases. A faixa etária indicada poderá ser ampliada futuramente, dependendo de novos estudos.
A aprovação é resultado de cooperação internacional entre Brasil e China. Em outubro, durante missão oficial, o Ministério da Saúde visitou a empresa WuXi Vaccines, parceira do Butantan no desenvolvimento e na futura fabricação em grande escala. O imunizante protege contra os quatro sorotipos do vírus com apenas uma dose, considerado um avanço relevante para o enfrentamento da dengue.
Mesmo com a redução de 75% nos casos em 2025 na comparação com o ano anterior, o Ministério da Saúde reforça a necessidade de manter as ações de combate ao Aedes aegypti. Até outubro, o país registrou 1,6 milhão de ocorrências prováveis, com maior concentração em São Paulo, seguido de Minas Gerais, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul. As mortes chegaram a 1,6 mil no período, refletindo queda de 72% em relação a 2024.
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