Saúde -
Geral -
08/12/2025 08:44
Levantamento apresentado na Alesc acende alerta sobre adoecimento mental e aponta excesso de trabalho, agressões e falta de suporte como principais causas
Entre 30% e 40% dos profissionais da saúde no Brasil apresentam sintomas significativos de depressão, ansiedade e burnout, segundo dados do Observatório da Saúde do Trabalhador da Fiocruz. O levantamento foi apresentado durante um seminário promovido pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) e preocupa especialistas, gestores e parlamentares.
Mais de 70% dos trabalhadores da área — incluindo enfermeiros, médicos, agentes comunitários, psicólogos, farmacêuticos, técnicos e gestores — também relatam níveis elevados de estresse ocupacional e exaustão emocional. As principais causas apontadas são jornadas longas, falta de apoio das instituições e diferentes formas de agressão sofridas no ambiente de trabalho.
O encontro buscou ampliar o debate sobre o adoecimento mental no setor e estimular a criação de políticas públicas focadas em acolhimento, proteção e valorização desses profissionais.
O deputado Neodi Saretta (PT), presidente da Comissão de Saúde, alertou para o impacto direto do problema na rede pública: a saúde dos trabalhadores influencia diretamente a oferta e a qualidade do atendimento prestado à população. Ele defendeu ambientes mais seguros e humanos, apoio psicológico permanente, equipes dimensionadas adequadamente e políticas eficazes de valorização.
A deputada Ana Paula Lima (PT), que também é enfermeira, destacou a relevância da síndrome de burnout, reconhecida pela OMS como fenômeno ocupacional desde 2022. Para ela, os números revelam o peso da sobrecarga, da falta de pessoal, da pressão por produtividade e de contextos marcados por sofrimento ético e moral.
Autoridades do setor também participaram do seminário. Janaína Henrique, do Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina, lembrou que o estado ocupa o quarto lugar no país em afastamentos por motivos de saúde. Ela defendeu a ampliação das equipes, estratégias de apoio psicológico e maior capacitação de gestores.
A presidente da Associação Brasileira de Enfermagem de Santa Catarina, Jussara Guiartini, afirmou que os casos de violência contra profissionais da enfermagem são cada vez mais frequentes e reforçou a importância de estudos e pesquisas para reduzir esses índices alarmantes.
Representando o Ministério da Saúde em Santa Catarina, Roberto Eduardo Schneider reconheceu a gravidade da situação, especialmente no período pós-pandemia, e afirmou que o órgão está à disposição para avançar em políticas conjuntas de fortalecimento da saúde mental dos trabalhadores.
NSC
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