A cada ano que passa, a Black Friday se torna uma das datas mais importantes para o varejo. Neste ano, as grandes promoções estão programadas para ocorrer de 25 a 28 de novembro, nos últimos dias do mês. Com isso, uma pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio SC) demonstra que os catarinenses estão mais dispostos a consumir.
Segundo o levantamento, realizado com consumidores de sete cidades do estado, a intenção de consumo cresceu 12% em relação à estimativa do ano anterior, chegando à média de R$ 1.659. Se descontada a inflação do período, a alta real é de 7%. O aumento foi puxado principalmente por Florianópolis, onde o valor médio previsto mais que triplicou (+188,2%), chegando a quase R$ 4 mil, o maior entre os municípios pesquisados.
De acordo com o presidente da Fecomércio, Hélio Dagnoni, a alta no consumo é explicada pela recuperação da confiança das famílias catarinenses registrada em outubro. Após quatro meses de queda, a Intenção de Consumo das Famílias voltou a crescer no mês. Além disso, 37,2% das famílias afirmaram esperar consumir mais nos próximos meses, e 86% disseram que sua situação financeira está igual ou melhor em relação ao ano passado.
“Na pesquisa, os consumidores afirmaram que o principal objetivo da Black Friday é adquirir novos produtos para a casa e para a família. De fato, o que notamos é que as compras da Black Friday são muitas vezes planejadas. O consumidor tem interesse por determinado item e começa a monitorar os preços. Por fim, acaba aproveitando as promoções para fazer a compra. É um perfil que temos observado com cada vez mais frequência”, aponta Dagnoni.
Interesse por itens para casa
Os consumidores demonstram maior interesse por móveis, eletrodomésticos e itens de decoração, que concentram 23,4% das buscas, seguidos de perto pelo vestuário, com 23%. Em seguida, aparecem os eletrônicos (16,4%) e os calçados (13%), revelando a predominância de produtos voltados ao uso pessoal e doméstico.
Categorias como perfumaria e cosméticos (7,1%), brinquedos (5,5%) e artigos de cama, mesa e banho (3,1%) registram participação menor. Já setores como óptica, joalheria e relojoaria, informática, livros e turismo, incluindo passagens aéreas, representam menos de 2,5% do total.
Apesar de atraírem menos consumidores, algumas dessas categorias exigem maior desembolso médio. É o caso da informática, com tíquete médio de R$ 4.429, das passagens aéreas (R$ 3.857) e dos eletrônicos (R$ 2.471). Em contrapartida, produtos de maior popularidade, como brinquedos (R$ 906) e vestuário e calçados (R$ 827), apresentam valores médios mais acessíveis.
Cartão de crédito lidera
Entre os meios de pagamento mais populares da Black Friday, a liderança é do cartão de crédito parcelado (27,2%), enquanto o uso de dinheiro em espécie caiu para 14,9%. Já o Pix cresceu e chegou a 25,5% das respostas. Apenas 6,1% afirmaram que usarão o 13º salário para fazer compras na Black Friday, enquanto 37% disseram que utilizarão recursos das rendas mensais.
Florianópolis terá gasto maior
Os consumidores de Florianópolis se destacam como aqueles que mais pretendem gastar na Black Friday 2025. Segundo o levantamento, a população tem intenção de gastar até R$ 3.986, o que representa um aumento de 188%.
Em segundo lugar aparece Joinville, onde a média de gastos será de R$ 2.099. Na sequência, vêm Itajaí (R$ 1.504), Chapecó (R$ 1.265), Blumenau (R$ 1.245), Criciúma (R$ 991) e Lages (R$ 534).
Segundo a economista da Fecomércio, Edilene Cavalcanti, o resultado de Florianópolis puxou a média do estado para cima. Ela acredita que os consumidores de cidades maiores, como a capital e Joinville, já estão mais familiarizados com a dinâmica da Black Friday, o que pode justificar os valores mais altos.
Pesquisa de preço e reputação
A maioria dos consumidores de Santa Catarina adota uma postura cautelosa antes de aproveitar as promoções da Black Friday. Segundo a pesquisa, 44% dos entrevistados verificam antecipadamente se os produtos estão, de fato, com descontos reais. Outros 40,6% preferem comparar os preços durante o evento, buscando o estabelecimento com a oferta mais vantajosa.
Por outro lado, apenas 11,9% dos consumidores não realizam qualquer tipo de pesquisa de preços, e uma minoria de 3,6% recorre às informações divulgadas pelo Procon para consultar o valor médio dos produtos.
Além do preço, a reputação do estabelecimento também pesa na decisão de compra. A maioria dos participantes afirma avaliar a credibilidade do local antes de concluir a compra — seja com base em experiências anteriores (27,1%) ou na confiança na marca (20,8%).