Comprar um carro usado pode ser uma ótima alternativa para quem busca economia, mas exige atenção redobrada para evitar prejuízos. Muitas pessoas têm dúvidas sobre como garantir uma compra segura e livre de problemas. Pensando nisso, o Procon reuniu uma série de orientações fundamentais para ajudar os consumidores a fazerem uma escolha consciente e protegida.
Desde a análise de documentos e histórico do veículo até dicas práticas de avaliação e negociação, as recomendações ajudam a garantir que o “carro dos sonhos” não se torne um pesadelo.
Confira as dicas do Procon:
1. Pesquisa de preço
O Procon orienta que o consumir analise seu orçamento e estipule um limite de quanto poderá gastar, seja em parcelas mensais ou à vista. Em seguida, faça uma pesquisa minuciosa do que está disponível no mercado: procure em diferentes lojas, concessionárias e sites. Por fim, consulte a tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que é um guia de preços médios de veículos novos e usados, um indicador oficial dos preços.
2. Etiqueta VIS
A etiqueta adesiva contém a numeração de identificação do veículo, geralmente os últimos seis numerais da numeração do chassi. Esta etiqueta, obrigatória em todos os carros fabricados no Brasil a partir de 1999, é geralmente localizada na coluna da porta e no compartimento do motor e pode indicar se houve adulteração no veículo. Caso estejam danificadas ou ausentes, é possível solicitar novas etiquetas ao Detran ou ao fabricante.
3. Numeração de chassi
O número do chassi (conhecido pela sigla VIN, Vehicle Identification Number, um padrão internacional) é uma sequência de 17 caracteres que identifica cada veículo. Este número deve corresponder aos documentos do veículo, com o registro de propriedade (CTP, Comprovante de Transferência de Propriedade) e o documento de licenciamento (CRLV, Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo, obrigatório à circulação de veículos e emitido anualmente pelo Detran).
Adulterar a numeração de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo é crime com pena de reclusão entre três a seis anos. A verificação do chassi confirma a autenticidade do veículo e ajuda a detectar possíveis problemas legais, como carros roubados ou com histórico de problemas.
4. Numeração do motor
O mesmo vale à numeração do motor, que é distinta da sequência do chassi. O número do motor deve coincidir com o documento do veículo, o que indica que o motor é original e não foi substituído. Ele também permite rastrear o motor em caso de roubo/furto e ajuda a identificar fraudes na compra e venda de veículos. Esses dados técnicos são geralmente analisados durante uma vistoria técnica obrigatória de alguma empresa autorizada pelo Detran.
5. Consulte o Renavam
O Registro Nacional de Veículos Automotores contém dados sobre o histórico do veículo, como mudanças de proprietários, alterações estruturais, registro de multas, entre outros. Confira se não há multas pendentes e sinistros ao comprar um carro usado.
6. Test drive
Experimente o carro, avalie prós e contras. Leve também em um mecânico de confiança para identificar eventuais problemas ocultos e para uma avaliação.
7. Quilometragem
Verifique se os quilômetros rodados indicado corresponde à conservação e ao ano do carro. Adulterar quilometragem é crime com pena prevista entre um e cinco anos de reclusão. Para descobrir uma possível adulteração: procure por marcas de violação no painel; observe a conservação dos pneus; veja se as condições internas do carro são condizentes à quilometragem; consulte o histórico do veículo em seguradoras; verifique as datas das revisões no manual do veículo; ligue o GPS do celular e peça por um test drive (hodômetros adulterados marcam a quilometragem diferente e devem coincidir com os números de seu celular).
8. Manutenção
Peça o histórico de manutenções do veículo para avaliar se foi bem cuidado e seu estado atual. Cada carro tem suas especificações, mas revisões de 10 mil, 50 mil e 100 mil km costumam ser recomendadas. Veículos usados e fora da garantia geralmente têm recomendação de revisão a cada 10 mil km.
9. Observação
Veja com calma, analise o carro. Procure ferrugens na lataria, levante o capô, procura algum indício de reparo mal feito. Ouça o barulho do motor – muito barulho ou dificuldade de dar partido pode ser sinal de alerta. Verifique se os freios estão apitando e se estão com as pastilhas gastas, se o câmbio tem bom funcionamento, assim como a embreagem e a suspensão. Analise o nível e cor do fluido dos freios (deve ser transparente).
10. Não pague tudo antes da transferência
O ideal é ir ao cartório com o vendedor para formalizar o CRV. Prefira pagar por transferência bancária registrada e evite intermediários desconhecidos ou revendas duvidosas e de pouca credibilidade no mercado.
PROCON