Notícias

Adolescente que atacou escola no norte do RS agiu sozinho, diz delegado

Uma criança de nove anos morreu: Vitor André Kungel Gambirazi foi atingido com 11 golpes de faca na região do tórax e nas costas. O sepultamento está previsto para as 17h desta quarta-feira (9). O ataque deixou, ainda, duas alunas e uma professora feridas

Adolescente que atacou escola no norte do RS agiu sozinho, diz delegado
Foto: Reprodução Site Rádio Uirapuru FM

A Polícia Civil de Getúlio Vargas investiga os motivos por trás do ataque a facas ocorrido em uma escola de Estação, no norte do Estado. O caso aconteceu por volta das 10h de terça-feira (8), na Escola Municipal Maria Nascimento Giacomazzi, no centro do município de 6 mil habitantes.

Uma criança de nove anos morreu: Vitor André Kungel Gambirazi foi atingido com 11 golpes de faca na região do tórax e nas costas. O sepultamento está previsto para as 17h desta quarta-feira (9). O ataque deixou, ainda, duas alunas e uma professora feridas.

O suspeito de realizar o ataque é um adolescente de 16 anos, que teve internação provisória decretada pela Justiça no início da noite de terça, com duração de 45 dias, conforme estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O caso tramita em segredo de Justiça.

Veja o que se sabe sobre o caso

O estado de saúde das vítimas

Duas meninas, de oito anos, ficaram feridas. Uma delas está no Hospital Santa Terezinha, em Erechim, com trauma cefálico. Ela passou por cirurgia e está em estado estável, "porém inspira cuidados", de acordo com a casa de saúde.

A outra vítima estava no Hospital São Roque, de Getúlio Vargas, e teve alta durante a tarde.

Uma professora de 34 anos também foi atingida e encaminhada ao Hospital de Caridade, em Erechim. Ela tentou intervir no ataque e acabou ferida pelo agressor. Segundo a casa de saúde, a docente está internada para observação: "O estado dela é estável, só muito abalada emocionalmente".

Agressor agiu sozinho

Conforme o delegado Jorge Fracaro Pierezan, o adolescente de 16 anos suspeito de cometer o crime prestou depoimento à Polícia Civil e ao Ministério Público entre o fim da manhã e o início da tarde.

— A princípio ele agiu sozinho. Sabemos que ele entrou e foi em apenas uma sala, do terceiro ano. Faremos toda a investigação a partir de agora, e maiores informações estão em sigilo — afirmou o delegado Jorge Fracaro Pierezan.

O adolescente não tinha relação com a escola nem antecedentes criminais, de acordo com Pierezan.

Segundo o coronel Carlos Aguiar, comandante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo da Região Norte (CRPO Norte), o adolescente entrou na escola de forma "tranquila", já que era conhecido pelos funcionários do local.

— Ele disse que queria entregar um currículo e pediu para ir no banheiro. Então causou uma surpresa geral quando começou o ataque — disse.

Testemunhas relataram que, antes do ataque, o adolescente estourou bombinhas no chão para assustar os alunos. Depois, entrou na sala do terceiro ano do ensino fundamental, onde desferiu os golpes contra três estudantes e uma professora. Com o agressor, foram encontradas duas facas.

Zelador interrompeu agressões

O zelador Luís Carlos dos Santos foi o responsável por desarmar o adolescente e impedir que o ataque continuasse ao atingir o adolescente com uma pá nas costas. Segundo ele, o agressor tentou entrar primeiro na sala do quinto ano.

— No momento em que ele entrou no quinto ano, eu consegui tirar todo mundo da sala de aula. Mas aí ele conseguiu entrar no terceiro (ano). Conseguimos tirar algumas, mas uma ficou, bem lá no fundo — lembra.

Santos, então, passou a alertar os outros professores, alunos e funcionários que saíssem o mais rápido possível da escola. Ele também gritou para as pessoas que estavam no posto de saúde que fica nas redondezas, que correram para a frente do prédio e acionaram a polícia.

— Se não fosse bater nele com a pá ia ser uma tragédia muito, muito maior. Muitas pessoas iam perder suas vidas, porque o menino estava possuído. Ele ia avançando e ia matar todo mundo ali — conta.

Crianças buscaram ajuda em casa ao lado da escola

A aposentada Ercina Dalacorte, 76 anos, acolheu e prestou socorro aos alunos que fugiram da escola em meio ao ataque.

— Vi que as crianças começaram a correr para o meio da rua, achei que fosse um incêndio. Eram todos pequenos, fiquei com muita pena porque eles choravam e me abraçavam — conta.

Apesar de consternada e com medo do que poderia acontecer, ela manteve as crianças dentro da própria casa:

— Peguei todos e socorri dentro da minha casa. Falei "aqui não tem problema", e ficaram ali até os pais chegarem — relatou.

Polícia fez buscas na casa do adolescente

Ao longo da terça-feira, a Polícia Civil fez buscas na casa onde o adolescente morava. O objetivo foi identificar eventuais pistas que levem à motivação do ataque.

— Até o momento, há indícios de que o adolescente escolheu essa escola através das redes sociais, porque achava que era melhor a que ele estuda, onde tem crianças maiores e que poderiam revidar (ao ataque). Há um entendimento de que foi premeditado e que ele estava determinado a fazer em algum lugar — disse o comandante Aguiar.

Aulas suspensas

Em resposta aos ataques, a prefeitura de Estação cancelou as aulas em todas as escolas da cidade por tempo indeterminado.

"Estamos com toda a nossa equipe mobilizada, prestando apoio e assistência contínua a todas as famílias e à comunidade escolar neste período", diz a nota, publicada no perfil da prefeitura em uma rede social.

Governador e ministro da Educação lamentaram o ataque

Na rede social X, o governador Eduardo Leite expressou solidariedade às famílias e colocou o Estado à disposição para dar suporte aos atingidos. Ele afirmou ainda que determinou que as forças de segurança atuem com prioridade total na apuração do caso e que a Secretaria da Saúde atue no apoio à comunidade escolar.

"O que aconteceu não pode ser naturalizado, relativizado ou esquecido", escreveu.

O ministro da Educação, Camilo Santana, também se manifestou sobre o caso. Em publicação nas redes sociais, afirmou que determinou o envio da equipe de psicólogas do Núcleo de Resposta e Reconstrução de Comunidades Escolares, do Ministério da Educação, especializada em situações de crise e violência extrema, para apoiar em tudo o que for necessário.

"Seguimos em articulação com o Ministério da Justiça e com as autoridades locais, reafirmando nosso compromisso com a vida, a paz e a proteção das comunidades escolares. À população, comunidade escolar e familiares das vítimas, meus sinceros sentimentos nesse momento de dor profunda", escreveu.

Gaúcha ZH

:::MATÉRIA RELACIONADA:::

Nova lei aumenta penas para crimes cometidos em escolas

----------------------
Receba GRATUITAMENTE nossas NOTÍCIAS! CLIQUE AQUI
----------------------

Envie sua sugestão de conteúdo para a redação:
Whatsapp Business PORTAL SMO NOTÍCIAS (49) 9.9979-0446 / (49) 3621-4806

Cotações

Clima

Quarta
Máxima 20º - Mínima 7º
Períodos nublados

Quinta
Máxima 21º - Mínima 9º
Períodos nublados

Sexta
Máxima 22º - Mínima 8º
Períodos nublados

Sábado
Máxima 23º - Mínima 9º
Períodos nublados

Domingo
Máxima 23º - Mínima 11º
Céu nublado

Sobre os cookies: usamos cookies para personalizar anúncios e melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.