Em Maravilha, adolescentes tiveram a oportunidade de expressar sua criatividade através de oficinas que apresentaram a utilização de uma técnica diferente na fotografia: o light painting, onde luz e movimentos são utilizados para criar efeitos nas imagens capturadas. As oficinas fazem parte do projeto cultural LUMIÁ, que tem como proponente o artista e professor Alex Schappo. As atividades foram realizadas em duas escolas públicas do município e contaram com a participação de 58 alunos.
No total, quatro oficinas foram ministradas através do projeto. As atividades foram direcionadas a adolescentes com interesse no tema. A EEB Santa Terezinha recebeu as oficinas nos dias 29 e 27 de agosto. Na EEF Juscelino Kubitschek de Oliveira os estudantes participaram das oficinas no dia 22 de agosto. O conteúdo produzido através do LUMIÁ fará parte de uma exposição que poderá ser visitada no Centro Municipal de Cultura, com data a ser definida em breve.
As oficinas foram conduzidas pelos artistas Alex Schappo e Douglas Comparin. O conteúdo apresentado envolveu conceitos históricos sobre a origem da fotografia e a forma com que os adolescentes se relacionam com essa linguagem. Em um segundo momento, a técnica light painting foi apresentada de forma teórica, seguindo para as experimentações práticas.
“Ao longo das oficinas, buscou-se oportunizar um momento em que cada aluno pudesse experienciar a fotografia de uma forma totalmente nova e fora de sua zona de conforto, produzindo imagens simbólicas, imaginárias e poéticas a partir da técnica light painting. No início alguns alunos se mostraram resistentes, pois estavam presos à visão tradicional da fotografia. Ao longo da experiência, foram articulando uma diferente forma de produzir imagens, pensando e fotografando em pequenos grupos”, compartilha o proponente do projeto.
Na, EEF Juscelino Kubitschek de Oliveira, a professora Assessora Altas Habilidades Chayane de Oliveira Senger, observa os impactos do projeto: “Os conhecimentos compartilhados nas oficinas estimularam a curiosidade, a imaginação e o olhar artístico dos estudantes. Notei que o envolvimento foi intenso: eles participaram ativamente, testaram possibilidades, trocaram ideias e se entusiasmaram ao perceber os efeitos produzidos pela luz e pela fotografia”. A estudante Camila Rafaela da Silva de Oliveira, do 9º ano, destaca a proposta criativa da oficina: “A atividade trouxe aprendizados novos, além de despertar maior interesse pela área de artes visuais. Essa vivência contribuiu não apenas para o nosso aprendizado, mas também para fortalecer os laços de amizade e união entre os colegas de sala. O que mais me chamou a atenção foi a forma respeitosa, atenciosa e profissional com que o professor e sua equipe conduziram a atividade”.
LUMIÁ é um projeto cultural e educativo que propõe o uso da técnica de light painting — ou pintura com luz — como ferramenta de expressão artística e desenvolvimento criativo entre adolescentes de escolas públicas. A partir de oficinas práticas e experimentações visuais, o projeto convida os jovens a explorarem a relação entre luz, tempo e movimento por meio da fotografia, estimulando a imaginação, o pensamento simbólico e a autoria poética da imagem.
Inspirado na expressão regional “lumiá”, que remete ao ato de iluminar, o projeto se fundamenta na ideia de que a arte pode ser uma lanterna acesa no escuro — revelando trajetos, ressignificando experiências e despertando potências adormecidas. Ao trabalhar com a luz como matéria-prima da criação, LUMIÁ também convida os participantes a refletirem sobre suas próprias formas de ver e ser vistos, em um processo que une técnica, sensibilidade e experimentação.
As atividades propostas incentivam o diálogo entre arte, tecnologia e subjetividade, promovendo não apenas habilidades técnicas na produção de imagens, mas também o fortalecimento da autoestima, da expressão individual e da construção coletiva. O projeto se ancora, ainda, no compromisso com o acesso democrático à cultura e na valorização do saber sensível como forma de transformação social.
A proposta é executada pelo Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), com recursos do Governo Federal e da Política Nacional Aldir Blanc.