As analistas Rosa Riscala e Mariana Ciscato publicaram um texto, que compartilho nesta coluna, sobre a analise do cenário macroeconômico desta e da última semana.
Dados econômicos
A economia chinesa pode apressar Pequim a lançar estímulos adicionais, visto que passou a apresentar um PIB “reduzido”, que derrubou as commodities no inicio desta semana. Já me relação aos Estados Unidos não há dados decisivos até a realização do encontro do Banco Central Americano, o Fed. Assim, o investidor concentra atenção nos balanços de outras grandes empresas, como os três grandes bancos Bofa, Morgan e Goldman Sachs, além de Netflix e Tesla.
No Brasil, a Vale divulgará o relatório de produção e vendas do 2º trimestre. No tocante a inflação pressionada no setor de serviços, que está no radar do Banco Central, como foi revelado por especialistas, permanecendo como vilã e desautoriza que o ciclo já inicie com a redução mais intensa, de meio ponto, no juro.
Na sexta feira passada (14) foi divulgado os dados sobre as vendas no varejo no mês de maio. Estas causaram surpresa negativa, visto que recuaram 1,1% pelo conceito ampliado, apresentando pior resultado do que a previsão de -0,7%, e se mostraram abaixo do piso de -0,8%.
Varejo
Um dado que merece destaque é que nem o nem o dia das mães salvou as vendas no varejo do pior resultado para esta dada em 5 anos, desde 2018. Diante destes dados, o Santander espera crescimento de 0,1% e o JPMorgan está bem mais otimista projetando 1,0%. Entretanto, o resultado previsto pelo banco é metade da estimativa anterior, diante do susto com a queda intensa das vendas do varejo em maio.
Esses dados supracitados contrariaram a tendência positiva dos outros dois principais indicadores de atividade: o volume de serviços e produção industrial, que subiram acima do esperado em maio, com altas de 0,9% e 0,3%, respectivamente.
Na segunda (18) foi divulgada a quarta deflação seguida dos preços agropecuários ao produtor, puxada pela soja e milho, que deverá manter o IGP-DI de julho negativo em 1,07%, mas com recuo mais moderado do que o de 2,2% no mês anterior. Por fim, devemos ficar de olho no IPC-S no IPCA-15 de julho, que já captará a mais recente política dos preços dos combustíveis, em especial a gasolina.
COPOM
O governo Lula continua pressionando para o Copom afastar a Selic da atual taxa praticada, de 13,75%. Recentemente, durante um evento na sexta feira (14), o vice Alckmin cobrou um corte logo, afirmando que a inflação no país está em patamares mais baixos do que na zona do euro.
Deve-se salientar que essa é a menor variação para o mês de junho desde 2017, que havia registrado uma redução de 0,23%. Assim, considerando os meses passados, o recuo de 0,08% marca uma deflação do IPCA em 9 meses. A última queda tinha sido registrada 0,29% em setembro do ano passado.
Com o novo resultado, a alta acumulada pelo IPCA nos últimos 12 meses segundo o IBGE desacelerou para 3,16%. Lembrando, que a variação mostrava 3,94% na última divulgação.
Por Frederico S. Damasceno