Ao começar 2023 se faz necessário analisar como a economia brasileira se comportou para que possamos fazer projeções mais consistentes e realistas para 2024.
Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional) a produção de bens e serviços brasileiros ou o PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer em 3,1% em 2023. Este foi uma surpresa para os analistas, que previam um valor menor. Este é 1% maior do que a projeção no mês de julho feita pelo FMI. A previsão desse mesmo órgão é que a economia mundial cresça 3% e a América Latina crescerá 2,3% neste ano que passou.
Agronegócio
O agronegócio brasileiro continuou dando show este ano e sem dúvida é um dos grandes responsáveis por este valor do PIB, sobretudo com a supersafra de milho e soja. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada) o primeiro teve uma expansão de 26,9% enquanto a soja cresceu 18,9%. Já a cultura da cana de açúcar e o trigo também tiveram aumento significativo da sua produção projetada com 13,5% e 11,3% respectivamente.
É importante destacar a pecuária, sobretudo de bovinos, teve uma significativa melhora dos dados previstos, que passou para 10,3% ante a projeção de 7,3%. Dessa forma, a previsão de crescimento é de 16,7% no ano passado conforme projeções revistas pelo IPEA.
Outros fatores contribuíram para a expansão acima do esperado, como se pode destacar o aumento do consumo interno fortalecido pelo setor de serviços. O Desenrola Brasil, que foi um programa de renegociação das dívidas das famílias de baixa renda contribuiu com a melhora da redução do endividamento, que ficou em 76,6% em dezembro. Ainda, bastante alto.
A redução da taxa Selic, que no inicio do ano era de 13,65$ passou a ser, atualmente, de 11,75%. Esta redução acabou contribuindo para o mercado de crédito, além das expectativas de maior consumo das famílias e elevação dos investimento pelo empresariado. Vale destacar que houve uma maior atuação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) em financiamentos em infraestrutura e obras públicas.
No tocante a avaliação do país no exterior a nota de crédito do Brasil foi elevada por 2 agências internacionais de classificação de risco, a Fitch e a DBRS. As explicações para melhorar a avaliação do país se deve aos avanços na reforma tributária, a votação do arcabouço fiscal e um melhor desempenho fiscal.
Mais a melhor notícia foi a Reforma Tributária, que o país persegue há mais de 3 décadas. Atualmente, a tão famigerada carga tributária e seu arcabouço são extremamente confusos e injustos a quem paga. E só com a perspectiva de implantação faz com que tenhamos uma perspectiva de aumento do PIB em 2% nos próximos anos.
Problemas
Vale destacar que a economia como um todo também apresentou e tem problemas como pode ser citado que no ano de 2023 houve poucos investimentos na economia devido a questões políticas, a incerteza na condução da política fiscal, bem como alguns setores que permanecem estagnados ou com crescimentos quase desprezíveis. A indústria de transformação foi um destes setores que permaneceu estagnado.
Há muita incerteza para o próximo ano como atuação do governo perante os gastos, se buscará uma política fiscal austera, contenção do orçamento, como gastar menos do que arrecada. Existem também a questão da renda do trabalhador ser uma preocupação, visto a defasagem do poder de compra não recuperado aos patamares pré pandemia.
E que a politização na qual nos encontramos hoje possa minimamente comprometer a economia e que tenhamos um ano melhor ainda em todas as áreas, sobretudo na infraestrutura, educação e saúde.
Por Fred Santos