Nem-Nem
A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) é responsável pelas informações atualizadas sobre os níveis de educação no País em todas as faixas etárias a partir dos 5 anos de idade. Nesta semana foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) os dados referente ao ano de 2022 sobre a educação.
Nesta publicação dos dados o que chamou atenção dos especialistas na área educacional foi que 49 milhões de brasileiros com idade entre 15 e 29 anos no Brasil têm-se o percentual de 20% que não estudam nem trabalham. É a chamada geração Nem-Nem. Esta população que se encontram em situação de inatividade era de 10,9 milhões em 2022, isto significa 1em cada 5 pessoas. Desse total aproximadamente 60% são mulheres, sendo a maioria com filhos pequenos e pelo menos 68% são pretos e pardos
Ainda de acordo com a pesquisa verifica-se que nessa faixa etária, 39,1% estavam ocupados e não estudavam, 25,2% estudavam, mas não trabalhavam e 15,7% dos jovens estavam ocupados e estudando.
Outro fato preocupante e que merece uma política pública mais especifica para este assunto mostra que 38% das jovens estão desocupadas e 46% dos desocupados não concluíram o ensino médio. E o futuro da nação tem 9,5 milhões de pessoas desocupadas sendo 55% jovens entre 14 e 24 anos.
Outra pesquisa realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) mostrou que os Nem-Nem poderiam ter contribuído com R$ 46,3 bilhões no PIB (Produto Interno Bruto) do país em 2022 se tivesse sido inseridos na economia.
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Escolarização
A taxa de escolarização de pessoas de 6 a 14 anos em 2022 alcançou 99,4%, O que representa 26,2 milhões de estudantes, considerado muito próximo da meta de universalização do ensino do Programa Nacional de Educação. Este dado vem se mantendo elevado desde o ano de 2016, no governo FHC (Fernando Henrique Cardoso).
Entre os jovens de 14 a 17 anos houve um aumento de 2,2% de 2019 a 2022, alcançando 92,2% no que tange a taxa de escolarização. Já para as pessoas de 18 a 24 os dados mostram que 30,4% estavam sendo escolarizadas em 2022 mesmo o dado do registrado no ano de 2019. Deste total, porém, só 20,8% frequentavam cursos de educação superior. É importante frisar que de acordo com o IBGE esta faixa etária corresponde as pessoas que de fato deveriam cursar o ensino superior se tivessem completado a educação básica na idade adequada.
Melhoria dos indicadores
Há de destacar que ano a ano o país vem melhorando os indicadores educacionais, mas ainda são bastante preocupantes. No ano passado havia 9,6 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetas, o equivalente a uma taxa de analfabetismo de 5,6% apresentando uma diminuição de 0,5% ante 2019. Isto representa uma queda de aproximadamente 490 mil analfabetos em 2022.
Em 2022 havia 5,2 milhões de analfabetos com 60 anos ou mais, representando 16% de analfabetismo para esse grupo. Já para o grupo de pessoas com 40 anos ou mais, o percentual era de 9,8% ao passo que para o grupo de 25 anos ou mais esse percentual era de 6,8% e 6% para população que tinha 15 anos ou mais.
Ao analisarmos os dados supracitados constata-se que esses resultados indicam que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação. Destaca-se, assim, que quanto maior a idade do grupo populacional, maior a proporção de analfabetos, isto é, no Brasil o número de pessoas que não sabem ler está diretamente associado à idade.
Um dado a ser comemorado é que pela 1ª vez, 53,2%, ou seja, mais da metade da população de 25 anos ou mais tem ensino médio completo. No ano de 2022, 19,2% da população possuía ensino superior completo contra 17,5% no ano de 2019.
Por Fred Santos
