Não sou retrógrado, pelo contrário, adoro a tecnologia, porém o que me preocupa é que a automação e a inteligência artificial que têm sido celebradas como os grandes marcos da modernidade, podem fazer com a sociedade, um caos social. Seja em linhas de produção, no atendimento virtual ou na própria tomada de decisões, as máquinas já ocupam um espaço cada vez mais presente em empresas e indústrias. Muitos aplaudem essa evolução como um sinal inequívoco de progresso, produtividade e redução de custos.
No entanto, há um ponto que poucos param para refletir: as mesmas pessoas que aplaudem essa mudança tecnológica hoje podem, amanhã, perder suas empresas e o próprio emprego para essas ferramentas que agora exaltam. Afinal, a automação não distingue entre tarefas simples e tarefas complexas quando o objetivo é tornar os processos mais rápidos e baratos, não possuem sentimentos e nem complexo de culpa.
Esse impacto não se restringe às atividades repetitivas. Graças aos avanços em algoritmos e aprendizado de máquina, até áreas que antes pareciam “blindadas” – como a criação de conteúdo, o diagnóstico médico e o atendimento ao cliente – já sentem o impacto da substituição humana por robôs e programas cada vez mais sofisticados.
A ironia é que, quando o ser humano aplaude entusiasticamente essas conquistas, está também aplaudindo sua sepultura e o fim de muitos postos de trabalho que sustentam famílias inteiras. O trabalhador que ontem comemorava a implementação da máquina mais eficiente pela manhã, vai se ver excluído do mercado de trabalho por essa mesma máquina no turno da tarde.
Portanto, há que se pensar com cautela e senso crítico sobre o rumo que estamos tomando. Não basta apenas aplaudir a inovação como se fosse um fim em si mesma. É urgente que empresas, governos e sociedade em geral avaliem os impactos sociais da automação e criem mecanismos para requalificação profissional, garantindo que as pessoas possam se reinventar e acompanhar essas transformações ou as cargas de impostos serão altíssimas, para que o governo sustente mais da metade da população com sextas de alimentos e aluguéis sociais, por falta de trabalho para esta gente.
Sem esse cuidado, o que parece um progresso inevitável hoje, pode se tornar um dilema social amanhã, aliás, já é um dilema hoje! Quando os que aplaudiam a máquina perceberem que foram deixados para trás por ela.
Até a próxima.
Jaime Folle
Formado em empreendedorismo, escritor de vários livros e um dos mais renomados palestrantes do Sul do Brasil. Atuante na área desde 2005.
O que é automação?
Vamos começar explicando o que é automação. Um sistema de automação é aquele em que os mecanismos avaliam seu próprio funcionamento, mensurando e corrigindo, sem que seja preciso uma pessoa interferir.
A automação corresponde a uma tecnologia que usa comandos programados para efetivar processos ao mesmo tempo em que utiliza, também, informações retroativas para garantir que cada comando seja devidamente realizado.
Assim, a automação de processos é a aplicação de técnicas mecânicas ou computadorizadas para reduzir a necessidade de mão de obra. Um dos melhores exemplos é a utilização de robôs na linha de produção. A automação de processos reduz custos e melhora a velocidade da produção.
A automação ainda pode ser definida como uma série de equipamentos autônomos que são usados em determinado processo, com a finalidade de deixá-lo mais eficiente. Assim, é possível otimizar a produção sem gastar muita energia nem exigir a atuação constante de um ser humano.
O objetivo é gerar menos resíduos e obter melhores condições de segurança, humana e material, e também segurança das informações ligadas ao processo.
A automação se liga ao conceito de Intelligent Business, que engloba todo o processo de automação dos negócios e sua relação com o elemento humano (Intelligent Business Automation, IBA).
Para encerrar essa parte sobre o que é automação, vamos reproduzir o que diz o Dicionário Michaelis sobre o assunto. Automação é um “sistema constituído por dispositivos mecânicos ou eletrônicos, utilizados em fábricas e estabelecimentos comerciais, em telecomunicações, em instituições hospitalares e bancárias etc., destinado à operacionalização e controle dos processos de produção, que dispensa a intervenção direta do homem”.