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Nova substância reduz peso em até 24% e pode superar Ozempic e Mounjaro

Amicretina é a primeira a simular a ação dos hormônios GLP-1 e amilina no corpo. Com resultados positivos, testes vão avançar para a fase 3

Nova substância reduz peso em até 24% e pode superar Ozempic e Mounjaro
Foto: Freepik

Novos resultados de um estudo preliminar com a amicretina, molécula que simula a ação de dois hormônios (GLP-1 e amilina) no corpo, revelaram que a substância pode ser ainda mais potente do que a conhecida semaglutida, do Ozempic, no tratamento contra a obesidade.

Dados publicados na revista científica "The Lancet" mostram que a amicretina pode proporcionar uma redução acima de 24% do peso corporal em um período de 36 semanas.

De acordo com a Novo Nordisk, farmacêutica que desenvolveu a substância, o tratamento subcutâneo semanal com escalonamento de dose até 60 mg "foi bem tolerado e com perfil de segurança semelhante ao de outros agonistas dos receptores de GLP-1 e amilina".

A terapia com a amicretina é a primeira a combinar os mecanismos que simulam a ação dos receptores desses dois hormônios em uma única molécula.

O GLP-1 é um hormônio secretado principalmente pelas células do intestino. Ele vai até o cérebro e estimula algumas células, diminuindo o apetite. Já a amilina é produzida no pâncreas e envia ao cérebro esses mesmos sinais que dão ao corpo uma sensação de saciedade. (entenda mais abaixo)

Para se ter uma noção, até o momento, algumas das principais substâncias estudadas para o combate da obesidade têm os seguintes resultados e formas de ação:

Semaglutida - média de redução de 17% do peso em 68 semanas, é a substância do remédio Wegovy. Simula o hormônio GLP-1;

Retratutida - média de redução de 24% do peso em 52 semanas. Simula três hormônios: GLP-1, GIP e GCG;

Tirzepatida - média de redução de 20% do peso em 36 semanas, é o princípio ativo do remédio Mounjaro. Simula os hormônios GIP e GLP-1.

É importante lembrar que os estudos envolvendo diferentes princípios ativos não são diretamente comparáveis, já que possuem duração e objetivos primários distintos.

Apesar disso, os novos estudos com a amicretina mostram que a substância tem grande potencial para ser efetiva na perda de peso.

"Estamos entusiasmados em avançar com o desenvolvimento clínico da amicretina subcutânea e oral para a fase 3, a fim de avaliar seu potencial como opção terapêutica para controle de peso", afirma Martin Holst Lange, vice-presidente executivo de Desenvolvimento da Novo Nordisk.

Resultados promissores

Diferentes estudos foram realizados para analisar a segurança e a potencial de perda de peso com o uso da amicretina em suas versões oral e subcutânea.

No caso da versão subcutânea, com aplicação semanal, foi observada uma redução de 24,3% do peso no tratamento com escalonamento de dose até 60 mg durante 36 semanas.

Já para a formulação oral, de administração diária, a perda de peso após 12 semanas com doses de 50 mg foi de 10,4%.

Considerando os resultados observados, a farmacêutica anunciou que vai avançar os estudos da molécula para a fase 3 de desenvolvimento clínico.

Como funciona a amicretina?

O funcionamento da amicretina é semelhante ao de medicamentos como a semaglutida e a liraglutida. Isso porque todos imitam a ação de hormônios já secretados naturalmente pelo corpo.

Maria Fernanda Barca, endocrinologista e membro da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), explica que o diferencial da nova substância é que ela simula a ação de dois diferentes hormônios. (veja na arte abaixo)

"Essa molécula parece se provar mais efetiva por agir de forma semelhante a dois hormônios – o GLP-1 e a amilina – que dão o efeito de saciedade de esvaziamento gástrico", comenta a endocrinologista.

Ambos também têm um papel importante no controle da glicose e, por isso, podem também ser utilizados em medicamentos para tratamento de diabetes.

A vantagem dos medicamentos que simulam a ação do GLP-1 é sua durabilidade no corpo humano. Naturalmente, o GLP-1 tem um tempo de vida curto. A DPP4, uma enzima produzida pelo nosso organismo, acaba rápido com o efeito do hormônio, fazendo com que a sensação de fome venha logo.

No caso das versões sintéticas, há uma resistência à ação da enzima DPP4, fazendo com que durem mais tempo no nosso organismo.

De acordo com a endocrinologista, a farmacêutica foi a primeira a sintetizar a amicretina com o objetivo de produzir um medicamento.

"Já era sabido que esses hormônios [GLP-1 e amilina] são capazes de promover o efeito de saciedade, mas essa combinação não havia sido estudada para promover a redução de peso", analisa.

Efeitos colaterais

Assim como os demais medicamentos existentes, a amicretina pode causar alguns efeitos colaterais. Segundo a farmacêutica, os efeitos adversos observados são muito semelhantes aos das demais substâncias com a mesma finalidade.

Náuseas e vômito são os principais relatados por aqueles que fazem uso de medicamentos como a semaglutida e a liraglutida.

Outros possíveis efeitos colaterais são:

Diarreia
Constipação
Inflamação do estômago (gastrite)
Refluxo ou azia
Dor abdominal
Dor de cabeça
Sensação de fraqueza e cansaço
Indigestão
Flatulência
Gastroenterite
Doença do refluxo gastresofágico
Cálculo biliar

A endocrinologista também pontua que os efeitos colaterais variam muito de pessoa para pessoa. Ela também acrescenta que o formato do medicamento – seja subcutâneo ou oral – não influencia diretamente nas possíveis queixas.

"Tem pacientes que toleram muito bem a forma subcutânea e não vão sofrer com os efeitos adversos. Já outros vão se adaptar melhor a medicamentos de uso oral", analisa.

G1
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