Integrantes do governo Lula (PT) avaliam que os Estados Unidos podem aplicar novas sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, é avaliado que os EUA não estão dispostos a negociar o tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump, na quarta-feira (6). As informações são do g1.
Segundo fontes do governo Lula, o Brasil deseja negociar, mas considera uma “ilusão” a perspectiva de avanços concretos, no momento. Nem sequer há uma negociação em curso, apesar dos esforços do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e dos ministros Mauro Vieira e Fernando Haddad.
É entendido que auxiliares de Donald Trump não têm autonomia para tomar decisões que impliquem em recuos do presidente norte-americano. Também é avaliado que decisões sobre a guerra tarifária são centralizadas em Trump.
Novas sanções ao STF
Fontes do governo Lula não descartam a possibilidade de novas sanções contra integrantes do STF. Em especial, após a embaixada norte-americana publicar uma ameaça a aliados do ministro Alexandre de Moraes.
Na última semana, o governo Trump sancionou Moraes com a aplicação da Lei Magnitsky. A decisão veio após a escalada da crise entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o governo e Judiciário brasileiros.
A lei permite que os EUA puna cidadãos estrangeiros acusados de violações graves de direitos humanos ou corrupção em larga escala. Antes, os EUA haviam revogado os vistos de Moraes e de mais sete ministros do STF.
Tarifaço de Trump contra produtos brasileiros
Em vigor desde quarta-feira (6), o tarifaço de Donald Trump impõe sobretaxa de 50% para entrada de produtos do Brasil nos EUA. Cerca de 35,9% das exportações brasileiras serão afetadas, segundo estimativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Desde abril, quando Trump anunciou tarifa inicial de 10% para produtos brasileiros, auxiliares de Lula tentam estabelecer uma negociação com o governo norte-americano. Na última semana, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou pessoalmente com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
Por outro lado, Alckmin teve mais de um contato com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. O vice-presidente se reuniu com o encarregado de negócios da Embaixada norte-americana no Brasil, Gabriel Escobar, nessa quinta-feira (7).
Trump tem condições para acabar com tarifaço
Trump, no entanto, colocou condições para o fim do tarifaço. Entre elas, o término dos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de golpe de Estado, que está em prisão domiciliar.
A posição influencia movimentos para um eventual telefonema de Lula para Trump. Há o risco de uma conversa piorar a situação, caso Trump questione o STF e ouça de Lula que está errado.
Lula tem dito que o Brasil está à disposição para negociar revisões do tarifaço de Trump, mas que não vai se humilhar diante do presidente norte-americano.
NSC