Resultados de 2022
Na semana passada foram divulgados os dados do desempenho do Brasil na educação entre 2018 e 2022 no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), que é a principal avaliação de educação básica no mundo. Este exame é aplicado a cada 3 anos em 81 países para avaliar o desempenho de alunos de 15 anos em matemática, leitura e ciências. Os dados divulgados foram referentes ao ano de 2022 e teve como foco maior nesta edição as habilidades em matemáticas.
Os índices são alarmantes visto que o país continua sendo um dos mais mal avaliados do mundo com notas bem abaixo das médias registradas pelos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Há de se destacar que não houve queda nos indicadores que foram impostos pela pandemia. O exame de 2021 foi adiado para 2022 por causa das restrições impostas na pandemia como, pode ser citado, os fechamentos das escolas.
O Brasil subiu na classificação, de 2018 para 2022, mas ainda é insuficiente para apontar um futuro melhor para a educação brasileira, visto o baixíssimo índice que temos e o anseio por um país mais desenvolvido e menos desigual. Já o topo dos países que valorizam a educação, principalmente nas três áreas de conhecimento é composto por Canadá, China, Coréia, Estônia, Japão e Suíça.
7 a cada 10 estudantes brasileiros
Em relação aos resultados constatou-se que 7 a cada 10 estudantes brasileiros de 15 anos não aprenderam o mínimo esperado de matemática. Esses alunos não conseguiram resolver contas simples, bem como, por exemplo, nem comparar a distância entre 2 rotas e nem resolver equações consideradas simples.
O percentual de alunos com baixo desempenho em matemática é de 31% nos países da OCDE ao passo que no Brasil é de 73%. Ao analisarmos os dados observa-se que 4 anos atrás, em 2018, esse percentual era de 24% na OCDE e de 68% entre os brasileiros. Outro dado referente à disciplina é que somente 31 países conseguiram ao menos manter a mesma nota do ano de 2018, como Austrália, Coréia do Sul, Japão e Suíça.
Lamentavelmente, somente 1% dos alunos do nosso país obtiveram os melhores níveis de rendimento em matemática contra 41% de Singapura, que lidera o ranking com os melhores resultados. Isto contribui para que no ranking geral da disciplina, o país ocupe a 64º posição.
Esses resultados levaram o Brasil a cair 6 posições no ranking, saindo da 71ª posição em 2018 para 65ª nesta edição. Este indicador revela o nível da nossa educação perto de países como Argentina, Colômbia e Jamaica.
Muitos profissionais de educação, sobretudo os professores alegam que um dos grandes desafios para mudar este cenário se deve a falta de professores de matemática e as dificuldades na formação.
Leitura e Ciências
Neste quesito o Brasil registrou um desempenho melhor, todavia ainda abaixo da média da OCDE. Outro dado lastimável é que 50% dos estudantes não conseguem encontrar a idéia principal em um texto ao passo que a média geral é de 26%.
A nota média do Brasil em leitura teve uma redução de 413 pontos para 410 se comparado ao ano de 2018, a última edição. Este resultado contribuiu para que o país saísse da 57ª posição em 2018 para 52ª no ano de 2022. Isto significa que o Brasil hoje tem o indicador próximo de países como Costa Rica, Colômbia, México e Peru.
Nos estudos de ciências, 55% dos alunos no país não sabem o mínimo esperado sobre o conteúdo necessário, como por exemplo, explicações sobre fenômenos científicos básicos para a idade.
Hoje o Brasil ocupa a 62ª posição no ranking empatando com a Argentina e o Peru.